De perto e de longe : entrevista com Lévi-Strauss

Entrevista que Claude Lévi-Strauss, notoriamente discreto, concedeu em 1988 a Didier Eribon, filósofo francês.

No segundo capítulo, ele destaca as viagens a São Paulo e ao interior do Brasil, sublinhando a convivência com os outros professores da missão francesa.

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Lévi-Strauss no Brasil : a formação do etnólogo

O artigo procura acompanhar o período brasileiro de Claude Lévi-Strauss (1935-1938), rastreando suas publicações, aulas e pesquisas no momento em que era professor de sociologia na Universidade de São Paulo, com o objetivo de compreender o lugar ocupado pelo Brasil na sua trajetória. O interesse é mostrar que apesar de breve, e de modo geral silenciada, a etapa brasileira do autor foi fundamental para os desdobramentos de sua futura carreira como etnólogo e americanista. O texto procura também avaliar o significado da vinda de Lévi-Strauss para o Brasil no contexto francês da época, quando o americanismo era ainda terreno pouco explorado, ao contrário do africanismo, “vocação” em voga no momento.  Leia aqui

“A propósito da poesia como método sociológico” : textos de Roger Bastide

Bastide propõe nesses dois textos um método sociológico baseado na experiência poética.

“Trata-se, para o sociólogo, de não se colocar de maneira exterior à experiência social, e sim de vivê-la (…) Temos necessidade de nos transformar naquilo que estudamos, multidão, massa, classa, classe ou casta (…) É necessário, como num ato de amor, transcender nossa personalidade para aderir à alma que se encontra ao dado estudado”

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Textos primeiro publicados no Diário de São Paulo, nos 8 e 22 de fevereiro de 1946.

Visões de São Paulo : Lévi-Strauss, Bastide, Monbeig

São Paulo, foto de Marcel Gautherot

Artigo de Fernanda Arêas Peixoto

“A imagem de São Paulo como terra de estrangeiros circula em diferentes registros : no senso comum, nas artes e na bibliografia histórica-sociológica. Isso se relaciona diretamente às levas de migrantes que aqui aportaram entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, alterando a fisionomia física e social da cidade, que se torna incompreensível, a partir de então, sem esses personagens. Trabalhadores fabris e artesões; empresários, artistas e profisionais liberais – que se fixam ou passam pela cidade – deixam suas marcas na linguagem, nos hábitos e sociabilidade locais, bem como nas construções, na arquitetura, nas artes e na produção do conhecimento de modo mais geral.

O objetivo aqui é tentar uma aproximação desse cenário mais amplo, com a ajuda de um acesso específico. Trata-se de olhar para São Paulo nas primeiras décadas do século XX a pertir de três experiências : as de Claude Lévi-Strauss (1908), Roger Bastide (1898-1974) e Pierre Monbeig (1908-1987), professores da Universidade de São Paulo, que viveram e circularam pela cidade nos anos 1930 e 1940. Em outras palavras, o meu intuito é tentar localizar as perspectivas de cada um deles sobre a cidade, que se revela- por meio dessas miradas estrangeiras – de novos ângulos.

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Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 20, 1978, sobre Roger Bastide.

Bastide escreveu a introdução da revista. Nela, ele volta sobre a sua experiência de pesquidador no Brasil. Conta com muito carinho as suas lembranças das Mães de Santos que ele encontrou. Veja aqui

Videos e audios sobre a história da USP

Link do site comemorátivo dos 75 anos da USP.

Ouça sobre tudo esse programa :

Biblioteca Sonora – Francofonia
A USP deve muito a professores franceses que, nos primeiros anos da história da Universidade, aqui lecionaram e ajudaram a compor o perfil intelectual da instituição que acabava de nascer. Nesse especial, o professor Antonio Candido, da FFLCH, fala sobre a importância dos franceses para a Universidade. Entrevista de Jean Maugüé.

Entrevista: Claude Lévi-Strauss, aos 90

Entrevista de Beatriz Perrone Moisés, Professora do Departamento de Antropologia – USP.

Esta entrevista foi realizada a 10 de novembro de 1998. A rapidez e a gentileza com que Lévi-Strauss respondeu à consulta feita pelo Departamento de Antropologia quanto à possibilidade de realizá-la, confirmaram informações de várias pessoas que já o conheciam pessoalmente: de fato, é muito disposto e receptivo. Recebeu-me em seu escritório no Laboratório de Antropologia Social, onde continua indo, religiosamente, duas vezes por semana.

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Paul Arbousse Bastide, sobre sua vinda no Brasil

“Desejava abandonar a França porque atravassávamos violências e incertezas, a ascensão do fascismo, mortes em passeatas, e uma atmosfera de política carregada […] o Brasil era para mim então, “a terra dos possíveis”, em relação ao mundo fechado que a França representava. Tinha lugar um novo fluxo “emigratorio” francês, de caráter espontâneo, mas potencializador do desenvolvimento industrial e do adensamento da sociedade urbana, que deixou vigorosa marca francesa no quadro cultural brasileiro.”

citado por Ana Luiza Martins, in “presença imigrante francesa no Brasil : entre visões do paraíso e mercados de trabalho”.

Entrevista com Levi Strauss

Claude Levi Strauss menciona suas impressões do Brasil  e de São Paulo quando ele chegou para aca nos anos 1930.

A influência dos estilos arquitetônicos franceses nas construções do Rio e São Paulo nos séculos passados

Basta caminhar com um olhar atento pelas ruas de São Paulo e do Rio, para perceber o estilo arquitetônico francês presente em alguns prédios e palacetes das duas cidades. Apesar de perdidos no meio do caos urbano e entregues à ação do tempo, as construções ainda conservam o glamour de um Brasil rico e próspero – cheio de casas amplas e jardins decorativos. A influência francesa na arquitetura brasileira durou aproximadamente de 1816 até a Segunda Guerra Mundial e se manifestou sob a forma de quatro estilos distintos: o neoclássico, o eclético, o Art Déco ou Art Nouveau e o moderno. De acordo com Carlos Lemos, arquiteto e professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, no Rio de Janeiro, essa influência foi mais forte na época do império e em São Paulo começou a partir do estilo eclético (século XIX), patrocinado principalmente pelos barões do café. Lemos afirma que essa inspiração trouxe para o Brasil muito mais do que uma estética de fachada, mas um modo de morar à francesa, em que, pela primeira vez, as construções eram divididas em alas totalmente independentes – de dormir, de estar e de serviço. “Essa é, com certeza, a maior contribuição da arquitetura francesa ao Brasil. Conceito utilizado até hoje na maioria dos projetos”, afirma.

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Não deixe de ver a reportagem do Jornal O Globo:
Influência francesa na paisagem urbana do Rio

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