Edu Lobo | cantos, compositor, arranjador e instrumentista

Edu Lobo é o músico mais importante da chamada segunda geração da bossa nova. Esta mais afastada da raiz jazzística e próxima dos sambistas do morro.

Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, em 16/09/07:

Que artista, intérprete ou compositor, mais influenciou sua carreira?
São milhares. Em música popular, Tom Jobim. E tem os compositores clássicos, com quem sempre aprendo alguma coisa: Debussy, Ravel, Bartók, Villa-Lobos.

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Em 1965 a canção Arrastão de Edu Lobo e Vinícius de Moraes,   interpretada por Elis Regina, venceu o I FMPB – Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior. Fato que marca a transição da bossa nova para o início da MPB.

Não deixe de ler a biografia de Edu Lobo.

Em entrevista Edu pontua as diferenças de compositores europeus e brasileiros:

(…) acho que para eles (europeus), da música popular, o passado brilhante, o excesso de conquistas, foi pernicioso, de uma certa maneira. Acho que há um certo pânico desse passado, pânico de Wagner, Debussy e Ravel e Stravinsky, por exemplo, talvez uma sensação de que tudo já foi inventado, não há mais novidades a serem descobertas. Tanto que você conta nos dedos os grandes compositores franceses (e que normalmente vão embora) como Michel Legrand ou Michel Colombier; os dois têm, ou tinham, praticamente 90% das suas carreiras nos Estados Unidos. (…)
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Bossa Nova | influência impressionista

(…) Além da marcante presença do jazz nas batidas da Bossa Nova, alguns estudiosos destacam também a presença do movimento impressionista, traduzido pelos compositores eruditos Debussy e Ravel, bem como elementos da cultura americana do período posterior à Segunda Guerra Mundial. Além da marcante presença do jazz nas batidas da Bossa Nova, alguns estudiosos destacam também a presença do movimento impressionista, traduzido pelos compositores eruditos Debussy e Ravel, bem como elementos da cultura americana do período posterior à Segunda Guerra Mundial. Esta vertente musical foi assim batizada quase sem querer, antes de uma das famosas reuniões do grupo de artistas que já propagava este balanço em apresentações então conhecidas como ‘samba sessions’, referência à união samba-jazz. Em fins de 1957, um grupo de músicos – Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Sylvia Telles, Roberto Menescal e Luiz Eça –, que iria expor seu trabalho no Colégio Israelita-Brasileiro, foi anunciado como um pessoal ‘bossa-nova’ que ali se apresentaria. (…)

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Tom Jobim comenta sobre Debussy:
Aquelas harmonias, aquelas ondulações que Debussy faz para terceira menor, terceira menor acima, terceira menor abaixo, a escala dos tons inteiros. Tudo isso é muito ligado à natureza. Todo mundo que começa a falar de Debussy, acha que aquilo tem a ver com a floresta. Ele foi muito discutido. Quando ganhou a viagem à Itália, lá no conservatório de Paris, escreveu uma peça que a orquestra se recusou a tocar porque era muito adiantada para a época. Esse eu considero uma grande influência. E o Ravel também tem muito a ver com Debussy. Mas o Debussy escreveu relativamente pouco para orquestras, ao contrário do Ravel.

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Tom Jobim, em entrevista, define a palavra “Bossa”:

Qualis – Bossa na época era quase como uma gíria…
Tom – A bossa é o seguinte, a bossa são as bossas cranianas. O crânio tem convexidades que correspondem a concavidades onde se encontra a massa cinzenta. Então o sujeito tinha a “pelota para o lado de cá”, então dizia ‘você tem bossa pra isso, tem bossa pra tênis, tem bossa pra cultura, tem bossa pra criminoso…’ Aliás, essa palavra existe em inglês, a palavra boss, no sentido de protuberância. Não no sentido de chefe, de bass, do holandês. Boss no sentido de calombo, de bossu (francês), de Bossu de Notre Dame. É a bossa nova, bossu é o calombo.

Veja a entrevista completa de Tom Jobim para a Revista Qualis aqui que, por sinal, foi registrada como a última de sua vida.

Henri Salvador, “dans mon île”

Essa canção teria inspirado Carlos Jobim.